Publicado por: barcos na ria | 08/07/2012

REGATA DE BARCOS MOLICEIROS DA RIA DE AVEIRO 2012 (?)


A notícia publicada no “Correio da Manhã”, do dia 6-07-2012, gerou revolta e indignação por parte de todos os intervenientes no evento – a Regata de Barcos Moliceiros, integrada nas “Festas da Ria”, de Aveiro – principalmente entre os participantes: antigos moliceiros de profissão; mestres construtores e pintores; mas não só, também entre o público que costuma assistir à regata, e entre todos os que se interessam pelo nosso património lagunar e pela preservação da tradição.

Esta decisão, tomada num contexto de “crise”, vem colocar em causa um evento que já se realiza há algumas décadas, e que tem envolvido, desde sempre, os proprietários das embarcações, antigos moliceiros de profissão e outros que ainda preservam o barco moliceiro para estas ocasiões.

O número de embarcações participantes tem vindo a diminuir, no entanto, têm-se mantido a tradição e o entusiasmo entre os participantes – mesmo sem retorno do investimento que realizam todos os anos: para reconstruir; reparar; pintar e decorar as embarcações para a regata e para o Concurso de Painéis, que se realiza no dia seguinte, pela manhã, no Canal Central de Aveiro.

Estas pessoas, tendo conhecimento do cancelamento da Regata, uma semana antes do evento, através de uma notícia de jornal (Correio da Manhã, do dia 06-07-2012, conforme parágrafo em anexo), e já com algumas semanas de trabalh0 realizado nas embarcações:  reparações; pintura e decoração, sentiram-se indignadas e revoltadas.

Estes homens da “Ria” foram contactados, ontem pelos media, “Correio da Manhã”, pela autora do artigo que deu a conhecer a decisão, Ana Sofia Coelho; pelo “Jornal de Notícias” – o jornalista João Paulo Costa; pelo “Diário de Aveiro” – o jornalista Luís Ventura, e pela SIC (tendo já sido publicados os respectivos artigos, no dia 07-07-2012, dos quais anexo, o do “Correio da Manhã” e respectivo vídeo).

Eles souberam mostrar toda a sua indignação e deram a conhecer os motivos pelos quais se sentem revoltados – segundo eles: está em causa a falta de comparticipação dos organismos competentes,  de uma verba de cerca de 8.000 euros, para que a regata se realize (cálculos por eles realizados, no próprio dia, numa simples tábua de madeira de pinho) e que poderá acabar com uma tradição de dezenas de anos, poderá ser mesmo o início do fim de uma geração de moliceiros.

As embarcações têm vindo a ser vendidas para o turismo e as que restam são conservadas somente por sentimentalismo e muito querer, afinal foram o instrumento de sustento de gerações e guardam a história da família, da vida e dos costumes de uma época.
Esta Regata, é a mais representativa, das duas restantes (Bico e  S.Paio – a da Srª da Saúde, da Costa Nova, já não se realiza há muitos anos), e é o “ponto alto”, das “Festas da Ria de Aveiro”, sendo o barco moliceiro e a Ria um “cartão de visita”para o Turismo da nossa região.
A participação de um menor número de embarcações, nas Regatas, tem sido um facto. Mas ainda, nada se fez para culmatar essa situação, ou de pelo menos manter as embarcações inscritas na Regata e incentivar outros a participar – sensibilizando para que se evite o corte do mastro, do leme, da bica da proa, e das muitas alterações formais que se têm vindo a registar ao longo destes três anos e que impedem o barco de navegar à vela (uma “castração”, se me permitem a expressão).

Depois desta notícia, a motivação decresceu e a revolta instalou-se. Desta forma, perde-se o entusiasmo por algo que tem mantido viva a memória   material e imaterial de uma época, de uma região, de uma vida ao “Rio”, na apanha do moliço.

Foram sentimentos que absorvi e imagens mentais que retive e guardei, quando me desloquei ao local, nesse mesmo dia, ao final da tarde, e  me deparei com os semblantes triste desses homens da Ria, esperando ainda um milagre – vislumbrei, ainda uma réstia de esperança nos seus olhos.

A sua revolta era o silêncio, mas mesmo assim, continuaram as reparações e as pinturas – afinal o seu barco é a sua vida, a lembrança de um passado distante mas feliz.

Os participantes fazem um esforço por manter a embarcação ano após ano, com prejuízo, mas fazem-no com gosto. Os que participam merecem o respeito e admiração de toda a população ribeirinha, que assiste às regatas nos dias de festa, os aplaude e se regozijam com o espectáculo.

O MEU MAIS PROFUNDO RESPEITO E ADMIRAÇÃO POR TODOS OS MOLICEIROS E HOMENS DA RIA QUE AINDA LUTAM POR MANTER VIVA A TRADIÇÃO – TRADIÇÃO ESSA QUE É “VENDIDA” COMO CARTÃO DE VISITA AOS TURISTAS QUE VISITAM A REGIÃO.

BEM HAJAM MOLICEIROS DA NOSSA RIA!

– Etelvina Almeida – extrato do artigo realizado no âmbito da pesquisa para o tema de Mestrado em Design: Embarcações Tradicionais da Ria de Aveiro…” – 08-07-2012

Proprietários dos barcos moliceiros, pintores e mestre construtor; a maior parte, antigos moliceiros e agricultores que trabalharam no “Rio”, e cultivaram os terrenos arenosos, tornando-os produtivos com a ajuda do moliço.
Aqui se encontram, quase todos, reunidos à volta dos seus barcos, no seu meio, num ambiente de trabalho e alegria, que se tem repetido ano após ano, ao longo da Ria, mas perto de um fim quase anunciado…

Homens reunidos “à volta” de uma causa comum: o barco moliceiro…

A “tábua de contas”, de madeira de pinho (uma das muitas usadas na construção das embarcações). Aqui se rabiscou, pelas mãos do mestre, as contas que levaram ao cálculo da verba, que totaliza os 7.000 euros (arredondados para 8.000), imprescindíveis para que a Regata se realize.

O mestre construtor, mostrando as sua “tábua de contas”.

“Homens da Ria” à conversa…

José Rebesso, um dos moliceiros mais antigos da Ria de Aveiro, já com mais de 70 anos de idade. Um homem que vive estes momentos com uma grande intensidade, afinal isto faz parte da sua história – está-lhe no sangue!
Aqui a preparar o seu barco para regressar a casa – o seu barco brilha, agora pintado e decorado com novos painéis, para participar na regata e no concurso de painéis de domingo (infelizmente cancelada).

José Rebesso preparando o seu barco para navegar, hoje com o auxílio do motor, mas manobrado por ele, o único tripulante a bordo. Para tal auxilia-se da sirga (cabos que devidamente colocados, permitem orientar o barco tanto à proa como à ré por uma só pessoa- técnicas antigas).

Saindo à vara, um meio de propulsão usado neste barco, para além sirga, da vela e, actualmente, do motor.
Assim se desloca o moliceiro até se encontrar em águas mais profundas.
É de admirar a destreza, a força e a sabedoria deste homem, que apesar dos seus mais de 70 anos de idade, se aventura sozinho ria fora, com um barco moliceiro, tal como o fazia antigamente – um verdadeiro homem da Ria.

Apesar da notícia recebida pela manhã (através do Jornal), continuam a trabalhar nas suas embarcações – ora reparam, ora pintam, ora limpam – elas são o seu orgulho e têm de ficar prontas, bonitas!

Aqui, o mestre construtor, pescador e antigo moliceiro, José Rito, um homem do “Rio”, recorta, com a sua serra – uma ferramenta artesanal, construída por ele – as falcas de um barco moliceiro, do “Pardilhoense”.

Aqui, neste recanto da Ria, existe sempre movimento, trabalho, emoção – até mesmo alegria, mesmo em momentos de indignação: um “bota-abaixo” acontece, sem ser programado. Ali existiam homens, e mulheres, suficientes para levar o barco à água, sobre rolos. É empregue a força é física, mas muito mais a emocional. É um prazer presenciar, e até ajudar, num momento como este, em que a alma e o coração gritam mais que a voz, num esforço supremo – o de  empurrar uma embarcação tão pesada como esta.

Aqui, tudo se resume a empurrar e levar o barco à
água, ultrapassando todos os obstáculos! A força da emotiva é muito forte e é ela que ajuda nestes momentos.

O barco, é o “Manuel Silva”, outrora ali ancorado na praia, esperando melhor sorte. Quis o seu dono recupera-lo. O mestre assim o fez, com as suas hábeis mãos, e aqui está ele como novo – o seu destino, não se sabe, mas já toca, e sulcará, a água da Ria de novo.

Após algumas semanas ao sol, o barco necessita do seu “banho”, a madeira anseia por água salubre. Ali ficará por uns tempos.

O mestre construtor, José Rito e o seu neto, que de tão tenra idade, já se move dentro de um moliceiro com um à vontade digno de se ver (o barco moliceiro do avô, “Zé Rito”, que está a ser reparado e decorado -pintura de novos painéis).  Assim se transmite a tradição a outras gerações.

O barco moliceiro “Pardilhoense”, foi reconstruído neste estaleiro,em Junho de 2011, e aqui realizado o seu “bota-abaixo”. Encontra-se, actualmente ao serviço do turismo, na Praia da Costa Nova. Este barco foi recuperado para este fim, mas com um propósito diferente – realizar passeios à vela na Ria de Aveiro, uma iniciativa pioneira na área do turismo lagunar. Para esse efeito, foram mantidas as dimensões e a sua forma original; leme, bica, mastro intactos, mantendo também a decoração tradicional. Voltou ao estaleiro para efectuar algumas reparações e novas pinturas de painéis, para participar na Regata e no concurso de painéis.

Uma criança deixa-se fascinar facilmente por um barco tão belo. Como poderá esta relíquia que faz parte, e serve de cartaz, ao nosso património lagunar, cair no esquecimento e/ou ser adulterado nas suas formas, na sua essência – será negligência, ou desleixo?

Uma criança deixa-se fascinar facilmente por um barco tão belo.

Como poderá esta relíquia que faz parte, e serve de cartaz, ao nosso património lagunar, cair no esquecimento e/ou ser adulterada nas suas formas, na sua essência – será negligência, ou desleixo?

ANEXOS:

“MOLICEIROS REVOLTADOS”

“Os moliceiros de Torreira e Murtosa estão revoltados com o cancelamento da regata na ria de Aveiro, por falta de verbas. Os participantes souberam pelo CM que não vai haver a 27ª edição da prova – que seria incluída nas Festas da Ria -, numa altura em que os barcos já estavam a ser reparados. Agora prometem ir para a ria a 14 de Julho, dia em que se realizaria a regata, apesar de a autarquia já não a organizar.

“Na regata, sempre iam buscar alguns subsídios que lhes permitia sobreviver. No total, a câmara gastava 8 mil euros, que não representa o total do investimento”, disse António Cravo, estudioso da ria de Aveiro e uma das principais caras da revolta com o fim da prova.

Este ano, iam participar nove moliceiros grandes e dois pequenos, que começaram a ser reparados há meses. “Já pintei seis barcos este ano”, lembrou José Oliveira. “É o meu entretenimento. Os meus bisavós já andavam no rio”, recorda o moliceiro José Rendeiro. “Somos cada vez menos moliceiros”, acrescentou José Rito, construtor naval.

A autarquia realça que não vai organizar a prova por falta de verbas, apesar de o Turismo do Centro já ter angariado três mil euros para promover a regata.”

In “CORREIO DA MANHÔ – NORTE – pag-11

Ana Sofia Coelho

Vídeo realizado pelo CM

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/sociedade/moliceiros-revoltados-com-video

POST NO MURAL DO FACEBOOK, DO DIA 06-07-2012

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=244120482266148&set=a.244118045599725.70124.100000045944704&type=1&theater

PODERÁ SER ESTES O ÍNICIO DO FIM DE UMA TRADIÇÃO COM DEZENAS DE ANOS???????

A Regata de Barcos Moliceiros ESTAVA AGENDADA para o dia 14 de Julho de 2012.

“(…) O certame organizado pela autarquia, há já algumas décadas, decorre até 22 de Julho. O programa contempla vários festivais e feiras, mas neste ano há uma mudança.”Não vai ser possível realizar as regatas porque não há verbas”, explicou Maria da Luz Nolasco, veradora da cultura, que espera receber muitos visitantes (…)”

Artigo do “Correio da Manhã” do dia 6-7-2012, página 11, destacável NORTE, 2º parágrafo do artigo escrito por Sofia Coelho.

Neste momento, início da tarde de 06-07-2012, encontram-se reunidos um grupo de proprietários, construtores, pintores de barcos moliceiros, junto ao Estaleiro-Museu da Praia do Monte Branco, na Torreira, indignados com a decisão tomada.

Estes barcos têm estado a ser reparados e pintados, durante estas semanas, que antecedem a regata, como é tradição. A surpresa pela notícia foi enorme, e gerou alguma revolta!

(fotografia) Regata de Barcos Moliceiros integrada nas Festas da Ria de Aveiro, realizada a 7 de Julho de 2011.

Publicado por: barcos na ria | 14/01/2012

Embarcações tradicionais da Ria de Aveiro


<!– Facebook Badge START –>Embarcações Tradicionais da Ria de Aveiro, um Património a preservar.

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Publicado por: barcos na ria | 05/11/2011

UMA NOVA LIGAÇÃO DO MAR COM A RIA DE AVEIRO


A passagem improvisada que o mar arranjou para se juntar à Ria - o corte da estrada...

Durante o fim de semana de 29-30 de Outubro, o mar derrubou o cordão dunar, entrou nos terrenos, cortou a estrada e criou uma nova ligação com a Ria. Estas investidas do mar provocaram estragos nos últimos dias, estando a inundar os campos com água salgada. Tudo se passou na região da Vagueira, na praia do Labrego, Concelho de Vagos, Distrito de Aveiro. As obras estão a decorrer desde o dia 1 de Novembro. Pretendem repor o cordão dunar, numa extensão de cerca de 300  350 metros, para tal é necessário levar de volta à praia várias toneladas de areia arrastadas pelas marés vivas.

Para mais informação: link: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=37099

 

Visitei o local e registei algumas imagens que reflectem a situação preocupante em que se encontra esta região da Vagueira, que consequentemente irá afectar toda a área ribeirinha do sul da Ria. A preocupação das pessoas é bem patente nos seus rostos – habitações, terrenos, cultivos, são bens que estão em risco, mas mais preocupante ainda é o impacto que esta entrada do mar, e o consequente desaparecimento da praia, terá na paisagem. O mar derrubou o cordão dunar com imensa facilidade, entrou pelos terrenos dentro e arrastou toneladas de areia que os cobriram, ficando parte das árvores e a vegetação rasteira subterrada, entre outras pequenas construções, como se pode verificar nas imagens. Toda esta areia está agora a ser removida e aproveitada para formar nova duna, mas aguentará esta novo impacto do mar? As pessoas “correm” a ver o sucedido, como que surpresas com esta investida do mar… Parece que este fenómeno era inevitável, devido a vários factores, mas todos eles têm a mão do Homem – afinal ele constrói, destruindo… intervir na paisagem requer muita responsabilidade e respeito. 

 
Reportagem fotográfica de Etelvina Almeida, realizada a 5 de Novembro de 2011, cerca de 5 dias após o incidente.
link facebook: https://www.facebook.com/etelvina.almeida1
 

A chegada ao local fazia-se de carro, de bicicleta, a pé.... Ao final da tarde registava-se uma enorme afluência.

Por precaução, o local está vedado ao trânsito...

As pessoas partilhavam as suas opiniões e preocupações...

Apesar do registo deste incidente no fim de semana passado, as pessoas já retomam as suas actividades - a exemplo este campo de futebol, igualmente invadido pelas águas e ainda encharcado, está a ser utilizado para uma partida de futebol...

Ainda se podem ver os sulcos, valas que a força do mar escavou, com água...

Esta vala ainda contêm água resultante da investida do mar.

À sua passagem a água do mar arrancou, cortou, esgalhou ramos de árvores, transportou lixo ao longo dos terrenos e depositou-os na Ria.

Toda a vegetação rasteira foi fustigada pelas forte corrente de água vinda do mar.

Árvores arrancadas e arrastadas para a Ria pela força das águas do mar.

A cratera que a corrente de água provocou é enorme, na parte mais profunda tem a altura de uma pessoa. A estrutura da estrada assente em areia cedeu facilmente e a água passou livremente.

As fendas vão-se expandido e, se voltar a passar outra forte corrente de água, esta cratera aumentará.

Criou-se um profundo leito...

A estrada ficou cortada, mas pode-se aceder à outra margem atravessando cautelosamente a pé.

a travessia...

Da outra margem...

Uma passagem das águas na lateral do terreno...

Já no terreno que foi inundado, a vista para a Ria, o corte na estrada.

As pessoas exploram o local...

O terreno coberto de areia prolonga-se até á duna que estão a reconstruir.

Um vista surreal - uma enorme camada de areia depositou-se no terreno e subterrou a vegetação rasteira e parte das árvores...

Um emaranhado de troncos expostos....

Um terreno um pouco invulgar, ganha beleza com as tonalidades de cores quentes e a luz do pôr do sol. Ao longe, as dunas já formadas.

Um galho de árvore esgalhado pela força das águas do mar - um indício da investida!

Um espaço que até há pouco tempo foi do mar revolto, agora sente de novo as pegadas do Homem...

e as rodadas de maquinaria pesada... de novo a intervenção do Homem acontece.

A curiosidade do Homem... talvez uma lição da Natureza!!!

A colecta, recolha e transporte de areia não parava, era urgente terminar o trabalho antes que o mar voltasse a avançar...

A formação da duna (somente areia).

A vista de cima da duna - agora um mar calmo...

A brutalidade da investida do mar (vista de cima da duna para o terreno invadido).

A vista de cima da duna para o terreno invadido...

A altura aproximada de areia que ficou após a passagem do mar - a areia ao redor das árvores foi removida para formar a duna...

A areia quase cobre a mesa de cimento...

e o poço, por pouco não ficou subterrado...

...........

Isto passou-se no terreno da "Quinta Amaro".

a entrada para a Quinta...

Tão frágil este pedaço de terra e areia...

Terrenos de cultivo na margem da Ria... que futuro?

Canal de Mira, vista para a ponte da Vagueira.

Resumo:

Um cenário pouco comum, mas já se vai tornando repetitivo  para as pessoas ribeirinhas, embora desta vez a investida tenha cortado a estrada, um acontecimento inesperado mas de alguma forma previsível dado o constante avanço do mar  na zona sul da Ria. 05 de Novembro | Etelvina Almeida


Regata de bateiras à vela

Em inícios de Setembro realiza-se a tradicional regata de bateiras à vela, integrada nas Festas do S.Paio da Torreira e que conta com a participação de mais de 4 dezenas de embarcações.
Trata-se de um evento de rara beleza. Podem-se observar estas pequenas mas belas e coloridas embarcações a navegar à vela e desfrutar do espectáculo que oferecem os seus proprietários mostrando as suas perícias. É fascinante poder vislumbrar-se no horizonte dezenas de velas brancas, tal como pequenos cisnes na água.

As bateiras já se encontram no cais com mastros aguardando a regata. (arquivo pessoal)

Os proprietários içam as velas das suas embarcações. (arquivo pessoal)

As bateiras já com a vela içada aguardam a regata.

Mais algumas bateiras se juntam e os preparativos continuam... (arquivo pessoal).

Junto do local da partida já se encontram algumas bateiras preparadas.. (arquivo pessoal)

As embarcações já se encontram em manobras... (arquivo pessoal)

As bateiras em competição (arquivo pessoal).

Manobras arrojadas... (arquivo pessoal)

A bateira "Melrinha" de Pardilhó. (arquivo pessoal)

Etelvina Almeida, 31 de Agosto de 2011.

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.272868472724682.75603.100000045944704


Regata de barcos moliceiros – Festas de S.Paio da Torreira – 05 de Setembro de 2010

Saída do barco moliceiro “O Inobador”, da PT, do Clube de Vela da Costa Nova, pelo início da manhã, levando a bordo um equipa entusiasmada e ansiosa por assistir à regata.

Pela manhã realizou-se o concurso de painéis de barcos moliceiros e pela tarde teve lugar a famosa regata.

Barco moliceiro "O Inobador" preparando-se para a regata (arquivo pessoal).

Alguns dos tripulantes que chegaram a bordo do barco moliceiro "O Inobador" (arquivo pessoal).

Um dos barcos moliceiros "Zé Rito" ( do mestre construtor de embarcações tradicionais da Torreira) em concurso - páinéis dos barcos moliceiros. Perante um jurí os proprietários fazem rodar a embarcação, com o auxílio de uma vara, mostrando os quatro painéis decorados: à popa e à proa, a estibordo e a bombordo. (aquivo pessoal).

Os elementos do Jurí de fundo. Em primeiro plano um painél da proa do barco moliceiro " (arquivo pessoal).

A regata de barcos moliceiros (arquivo pessoal).

A regata de barcos moliceiros (arquivo pessoal).

A regata de barcos moliceiros. O regresso das embarcações. (arquivo pessoal).

A Festa de S.Paio da Torreira A principal rua repleta de tendas e pessoas. (arquivo pessoal)

O regresso do barco moliceiro "O Inobador", à vela... (arquivo pessoal)

Durante a viagem pode-se fruir de belas paisagens. Maravilhoso reflexo da Estalagem de S.Jacinto. (arquivo pessoal)

A descontracção dos tripulantes... (arquivo pessoal)

Uma experiência a bordo - ao leme do moliceiro... Drª Ana Maria Lopes (arquivo pessoal)

A minha primeira experiência ao leme desta bela embarcação - maravilhosa!

A chegada ao Clube de Vela da Costa Nova - a equipa do barco moliceiro "O Inobador" (arquivo pessoal).

Foi uma viagem inesquecível e uma experiência enriquecedo. Navegar à vela num barco moliceiro; assistir a uma regata; conviver e trocar impressões com pessoas ligadas ao meio lagunar, com arrais, com moliceiros, com investigadores. Uma experiência a repetir este ano de 2011.

Etelvina Almeida, 31 de Agosto de 2011. | https://www.facebook.com/media/set/?set=a.270360409642155.75164.100000045944704

links relacionado com este tema: 

PROJECTO “RIALIDADES” :   Sensações “rialidades”… Regata de Moliceiros no “São Paio da Torreira” |  https://www.facebook.com/event.php?eid=248960185143728

MOLICEIRO DA COSTA NOVA: Passeio em barco tradicional | https://www.facebook.com/profile.php?id=100002747409159

MARITIMIDADES:  S.Paio da Torreira 2011 …  |  http://marintimidades.blogspot.com/2011/08/s-paio-da-torreira-de-2011-nao-falte.html  

AHCRAVO:  S. Paio – Regata de bateiras  |  http://ahcravo.wordpress.com/2011/08/31/s-paio-2010-_-regata-bateiras_4/

S. PAIO 2011:  https://etelvina.wordpress.com/2011/08/26/regatas-de-barcos-tradicionais-na-ria-de-aveiro-s-paio-da-torreira-2011/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Festa de S.Paio da Torreira, de 2 a 8 de Setembro de 2011

Como é tradição, a praia da Torreira (Concelho da Murtosa) voltará a estar em festa durante o mês de Setembro –  de 2 a 8 de Setembro.

Para além da festa popular, da agitação nocturna, da música e do ambiente festivo, destacam-se várias actividades na Ria com embarcaçoes tradicionais.

De destacar no sábado dia 3, pelas 16 horas, a regata de bateiras à vela – um espectáculo único na Ria.

No domingo, dia 4, pelo início da manhã ( 10 horas) chegam os barcos moliceiros que se apresentam com os seus painéis coloridos perante um jurí – o concurso do painéis.

No domingo, dia 4, a meio da tarde, pelas 16h e 30 minutos, tem lugar a corrida de chinchorrosbateiras de bicas, movidas a remos (dois pesados remos de madeira de eucalipto impulsionam estas grandes embarcações com cerca de oito metros e meio. Esta corrida faz parte da tradição e é aguardada com grande ansiedade por todas as equipas participantes. Os treinos começam uns dias antes.

Pelas 17:30 horas tem inicio a tão aguardada regata de barcos moliceiros. A cada ano que passa o número de barcos moliceiros participantes diminui. Este ano contam-se 7 barcos moliceiros: um da Torreira, “Zé Rito”; um do Cais da Béstida “José Miguel”; do Cais do Bico, “Câmara Municipal da Murtosa”, “Dos Netos” e “A. Rendeiro”, as últimas embarcações ( com dimensões tradicionais) do norte da Ria. Do sul da Ria, conta-se com a participação do barco moliceiro “Pardilhoense”, e do “O Inobador”, ambos da Costa Nova (estes dados foram por mim obtidos em pesquisa de campo, poderá existir alteração na lista de participantes final).

A uma semana dos festejos, das corridas e das regatas, os mestres e pintores da região norte da Ria efectuam reparações e pinturas nas embarcações.

No Estaleiro-Museu da Praia da Torreira – Monte Branco, o mestre José Rito, tem ao seu redor cerca de oito bateiras para reparar e pintar, alguns remos que necessitam de arranjo. A azáfama é grande e o tempo é escasso perante tantas solicitações. Os proprietários querem ter as suas embarcações em bom estado, limpas e pintadas para os grandes dias de festa que se aproximam.

O mestre José Rito a reparar uma bateira no interior do Estaleiro-Museu da Praia do Monte Branco (fotografia do meu arquivo pessoal)

O mestre José Rito a pintar a matrícula e nome numa bateira caçadeira - Praia da Torreira, Monte Branco (fotografia do meu arquivo pessoal)

Bateiras para reparação junto do Estaleiro-Museu da Praia da Torreira, Monte Branco (fotografia do meu arquivo pessoal)

Bateiras para reparação junto do Estaleiro-Museu da Praia da Torreira, Monte Branco. Em primeiro plano uma bateira de bicas ou chinchorro (fotografia do meu arquivo pessoal)

Bateiras para reparação junto do Estaleiro-Museu da Praia da Torreira, Monte Branco (fotografia do meu arquivo pessoal)

O programa completo da Romaria de S. Paio da Torreira 2011 é o seguinte:

(programa recolhido através do link: http://www.ribeirinhas.com/jornal/2011/08/23/romaria-do-s-paio-2011-ja-tem-cartaz/)

Dia 2 – sexta-feira

22:00h – Actuação da Banda SemTela

Dia 3 – sábado

16:00h – Corrida de Bateiras à Vela*

22:00h – Actuação do grupo “MJ”

00:00h – Sessão de Fogo do Mar

00:30h – Actuação da artista NUCHA

Dia 4 – domingo

10:00h – Concurso de Painéis de Moliceiros

16.30h – Corrida de Chinchorros*

17.30h – Regata de Moliceiros*

22:00h – Actuação do artista JOÃO BELO e bailarinas

Dia 6 – terça-feira

22:00h – Actuação do Grupo Folclórico Luso-Venezolano ENCANTOS DE PORTUGAL

Dia 7 – quarta-feira

08:00h – Alvorada

22:00h – Concurso de Rusgas

22.00h – Actuação do Grupo OS DEMAIS

00:00h – Sessão de Fogo da Ria

00:30h – Actuação da artista ROMANA

Dia 8 – quinta-feira

08:00h – Alvorada

10:00h – Missa Campal, junto à Capela de S. Paio, seguida de Majestosa Procissão

15:00h – Actuação do Conjunto OS RAMBOIAS

16:00h – Concerto pela Banda Visconde de Salreu, no Largo 30 de Outubr0

16:30h – Entrega dos prémios dos Concursos

*sujeito a alterações em função da maré

Mais informações acerca deste evento:

http://marintimidades.blogspot.com/2011/08/s-paio-da-torreira-de-2011-nao-falte.html


Lançamento da obra “Embarcações que tiveram berço na Laguna”.

Livraria Bertrand – Fórum Aveiro | 21:00 horas  | 12-08-2011

Fonseca, Senos. "Embarcações que tiveram berço na Laguna". Papiro Editora. Porto. Julho de 2011.

No passado dia 12 deste mês teve lugar na Livraria Bertrand (Forum Aveiro), o lançamento desta tão esperada obra. Uma obra mais a juntar às 9 já publicadas pelo autor.

Perante  a vasta plateia de convidados instalada no espaço aberto da Livraria Bertrand – Forum Aveiro, pelas 21 horas iniciou-se a apresentação da obra.

A Mesa foi composta pelos seguintes oradores:  a Drª Filipa Costa, em representação da Editora Papiro; a Drª Ana Maria Lopes, responsável pela organização do glossário da obra e o autor, Senos da Fonseca.

Iniciou-se a apresentação com a intervenção da Drª Filipa Costa, passando a palavra à Drª Ana Maria Lopes que apresentou a obra, tecendo considerações sobre cada uma das embarcações – explicando e dando a conhecer o “caderno de encargos” de cada uma. Esta apresentação terminou com a intervenção do autor que explicou os principais objectivos do seu estudo, agora publicado.

O autor iniciou este estudo há uns anos, e com alguns interregnos pelo meio, finalizou-o no ano passado.

Para este estudo o autor optou por seleccionar cinco embarcações , “reconhecidas como as mais emblemáticas” caracterizou-as e analisou as suas técnicas de construção, valorizando as vertentes histórica e funcional – as embarcações são: o mercantel; a Ílhava; o moliceiro; o barco de mar e o varino.

O seu principal objectivo, refere na sua intervenção, foi o de elaborar um estudo aprofundado e rigoroso sobre a Laguna a que chama ” a circunstância de toda a gente lagunar” – um tema que carecia de alguma reflexão.

Defende que a história da laguna pode ser lida nos barcos que nela navegam, e durante todo o seu estudo esta foi sempre a sua preocupação, porque afinal ao longo do tempo foi sempre o Homem quem actuou sobre a Laguna,  foi ele o criador das suas próprias embarcações.

Esta obra completa-se fazendo-se acompanhar de um DVD contendo os Planos Geométricos e de Construção a 2D e 3D das embarcações analisadas.

Trata-se de uma obra de referência na área da Arquitectura Naval Lagunar, neste caso em território da Ria de Aveiro.

O aspecto da plateia no espaço da Livraria Bertrand (Fórum Aveiro). Uma grande audiência para uma obra há muito esperada. (arquivo pessoal)

O aspecto da plateia no espaço aberto da Livraria Bertrand (Fórum Aveiro). Uma grande audiência para uma obra há muito esperada. (fotografia do arquivo pessoal)

A mesa composta pelo autor - Senos Fonseca; a responsável pela organização do glossário da obra - Drª Ana Maria Lopes e a Drª Filipa Costa, em representação da Editora Papiro. (fotografia do arquivo pessoal)

A apresentação da obra a cargo da Drª Ana Maria Lopes (fotografia do arquivo pessoal).

O autor - Senos da Fonseca (fotografia do arquivo pessoal).

A sessão de autógrafos (fotografia do arquivo pessoal).

SENOS  DA FONSECA (curriculum vitae)

Graus Académicos

– Curso de Engenharia Mecânica da U.P

– Engenheiro Maquinista Naval

Carreira Profissional

– Companhia Portuguesa de Celulose (actual Portucel)

– Metalurgia Casal: Director Técnico e Geral

– Alfenor Lda.: Director Técnico

– Famel: Director Técnico

Ordem dos Engenheiros

Fez parte do Conselho Geral da Ordem dos Engenheiros

Actividade Académica

Leccionou durante 10 anos as Cadeiras de “Motores Alternativos” e de “Projecto”, na Faculdade de -engenharia Mecânica, da U.C.

Publicações Editadas

– Nas rotas dos Bacalhaus;

– Ílhavo – Ensaio Monográfico do Séc.X ao Séc.XX;

– O Labareda;

– Costa Nova – 200 anos de História e Tradição;

– Guilhermino Ramalheira – O Discurso da Paixão;

– Ângelo Ramalheira – O rigor científico numa personalidade de eleição;

– Alexandre da Conceição  – Poeta da Terra Absurda;

– A Terra da Lâmpada I, II, III, IV e V;

– Marés.

Ficha Técnica da obra:

Título : Embarcações que tiveram berço na Laguna – Arquitectura naval Lagunar

Autor: Senos da Fonseca

Organização: Teresa Cunha

Organização do Glossário: Ana Maria Lopes

Desenho Planos 3D: Luís Costa

Planos 2D (moliceiro e mercantel): Augusto Melo

Multimédia e realização de vídeo “Regata de Moliceiros”: Carlos Pelicas

Créditos fotográficos: Ana Maria Lopes; António Cravo; Carlos Pelicas; Henrique Santos; J.Martins; Lamy Laranjeira; Paulo Godinho; Rui Bela.

Editora: Papiro Editora – Porto

Ano de Edição: Junho de 2011

Coordenação Gráfica e Design: Papiro Editora

ISBN: 978-989-636-587-5

Dep.legal: 331260/11

Reportagem de Etelvina Almeida.

Links com interesse:

http://senosfonseca.com/perfil.php

http://marintimidades.blogspot.com/




Os moliceiros estão a voltar à ria de Aveiro. Depois da agricultura, estas embarcações servem agora sobretudo o turismo.

via País – Moliceiros voltam à ria de Aveiro – RTP Noticias, Vídeo.

Publicado por: barcos na ria | 15/04/2011

Eco-Passeio na Ria de Ovar | 19-04-2011


No sentido de valorizar e promover o património natural do Concelho de Ovar,  as Associações “Campo Aberto”, do Porto e duas locais (Ovar) a “CENARIO”e os “Amigos do Cáster” , em cooperação,  estão a organizar um passeio de barco pela Ria de Ovar. 

Segundo a organização, e referindo-se a uma experiência anterior realizada o ano passado, “(…) o contacto com a água, a luz do final de tarde, a vegetação vigorosa da primavera, os sons das espécies residentes e estivais, os verdes, os azuis, pela merenda e confraternização proporcionada ao final do dia, fizeram-nos sentir que esta vivência deve ser repetida.”

Pela experiência que vivi, é de repetir!

Uma excelente proposta para este fim de semana.

Inscrições: carlos.m.ramos@sapo.pt ou 964 205 415


 

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Da esqª: Drº Aníbal Paião; Drª Ana Maria Lopes e Engº Ribau Esteves (arquivo pessoal)

Sessão de autógrafos: Drª Ana Maria Lopes (arquivo pessoal)

Sessão de autógrafos: DrªAna Maria Lopes e Miguel Matias (arquivo pessoal)

sessão de autógrafos (arquivo pessoal)

No dia 19 de Fevereiro de 2011, teve lugar a apresentação da 2ª edição do livro Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo, da autoria de Francisco Marques e Ana Maria Lopes. Uma obra editada pela primeira vez em Junho de 1996, que tendo estado esgotada durante muito tempo foi agora reeditada pelos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo.

A apresentação do livro foi um sucesso. Contou com a presença de muitos amigos do Museu e convidados, e ainda do Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo – Engº Ribau Esteves e do Presidente dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo – Drº Aníbal Paião.

A Associação dos Amigos do Museu vão apresentar esta obra no dia 31 de Março, pelas 18 horas, no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, em Lisboa, com o apoio do Museu Marítimo de Ílhavo.

No dia 1 de Abril, pelas 17 e 30 horas, nova apresentação terá lugar a bordo do Gil Eannes (um cenário apropriado ao evento) em Viana do Castelo, com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo e da Fundação Gil Eannes.

Sobre a obra, consultar o post no blog “Maritimidades”, da autoria da Drª Ana Maria Lopes.

http://marintimidades.blogspot.com/

Etelvina Almeida

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